Estudo recente sugere que a água da superfície da Terra tem penetrado camadas mais profundas do planeta chegando ao núcleo externo.
Vale destacar que este processo tem acontecido ao longo de bilhões de anos e vem alterando a composição da região mais externa do núcleo.
Isso porque, os cientistas acreditam que a interação da água com o núcleo externo líquido e metálico forma uma outra camada específica entre a região mais externa do núcleo e o manto.
E os resultados do estudo foram publicados no periódico científico Nature Geoscience, no dia 13 de novembro.
As placas tectônicas tem papel fundamental no transporte da água

Segundo o estudo, a água da superfície penetra o planeta, chega até a região mais externa do núcleo e forma uma camada conhecida como E Prime.
Vale ressaltar, que esta camada já era conhecida pelos sismólogos e geocientistas há bastante tempo, porém os cientistas não conheciam a sua origem.
No entanto, agora se sabe que as placas tectônicas têm papel importante nesse processo de transportar a água da superfície até o núcleo externo.
Água forma camada de Hidrogênio ao redor do núcleo externo
Além disso, os cientistas descobriram que essa água fica retida entre o núcleo externo líquido e o manto, formando a camada E prime.
E esta camada E prime tem centenas de quilômetros de espessura, sendo rica em hidrogênio e pobre em silício e está a 2,8 mil km de profundidade.
Interação dinâmica entre núcleo externo e manto

Através de experimentos específicos de alta pressão, os geocientistas descobriram que a água interage com o núcleo externo de uma forma muito dinâmica, ao contrário do que se pensava antes.
Assim, a partir dessa interação da água com a região mais externa do núcleo, existe a formação da camada E prime e também de cristais de sílica.
Cabe ressaltar que esses cristais de sílica sobem e se fundem ao manto da Terra.
Com isso, os pesquisadores perceberam que a interação entre o núcleo externo e o manto é muito mais dinâmica do que se acreditava, ocorrendo uma troca importante de materiais.
Além do mais, de acordo com os resultados do estudo, o ciclo global da água pode ser mais comprido, ampliando nossa noção dos ciclos geoquímicos e da água.